Depois de Sarney, Collor também quer ser imortal!
19/08/2009 12:51Já não bastasse a desmoralização gradual e sistemática do Congresso, com ênfase ao Senado Federal, a desmoralização da Academia Brasileira de Letras (ABL), quando passivamente aceitou o ingresso de Sarney, tornando-o um “imortal”, escandalizando e aviltando a memória de Machado de Assis, agora é o ex-caçador de marajás, Fernando Collor de Mello, que seguindo esses passos, quer ser um “imortal” ingressando para tanto na Academia Alagoana de Letras, para o arrepio, para o desespero da memória de Graciliano Ramos, o grande escritor de “Vidas Secas”, que deve estar se revolvendo no túmulo, mesmo tendo a virtude de ser “imortal”, não deve estar concordando com esta infeliz, esta nefasta iniciativa de algum desavisado cheio de más intenções em perpetuar a triste e deplorável memória do ex-presidente hoje senador por aquele pobre estado. A passividade com que os atuais membros da academia de Alagoas aceitam tal iniciativa, beira o ridículo, cheira muito mal. Até por que Collor nunca escreveu um só livro. Aquilo que se pode chamar de obra literária não passa de um punhado de discursos, normalmente publicados pela gráfica do Senado, um mais um exemplo de como se joga dinheiro público pelas latrinas federais.
José Sarney nunca foi nem é um autêntico literato, um lídimo representante da intelectualidade nacional. Não passa de um autêntico coronel nordestino, um desses políticos ultrapassados, com formas igualmente ultrapassadas de fazer política. Fiel seguidor de São Francisco, inovou no “é dando que se recebe” e desde então, tem sido um verdadeiro zumbi nos bastidores das decisões nacionais, perpetuando-se no poder por anos a fio. Mesmo tendo residência fixa na Capitania Hereditária do Maranhão, Sarney, elegeu-se senador pelo Amapá. E faz escola. Agora é esta outra figura deplorável insana, medíocre de uma outra capitania que deseja perpetuar-se entre a elite da intelectualidade, possivelmente usurpando uma das cadeiras da academia de letras. Pobre povo alagoano ! Que triste sina!
Collor não representa tudo aquilo que a ética, a moralidade, o bom senso, a honestidade de princípios traduz. Foi presidente eleito com expressiva votação, derrotando Lulla usando os mecanismos sórdidos e imorais que um bom “coronel” pode usar, mesmo assim, hoje, Lulla se esquece disso por meras conveniências políticas e anda por aí aos beijos e abraços com Collor. Lulla, da mesma forma que está movendo rios e montanhas para proteger, para defender Sarney, não deixará, óbviamente de comparecer em Maceió, quando da posse de Collor na tal academia. Certamente, o presidente, caprichando no vernáculo, não perderá esta rara oportunidade para saudar o mais novo “imortal” brasileiro.
Esta idéia de Collor em tornar-se membro da academia não passa de uma fanfarronice, um capricho desprezível. Esse Collor de Mello sempre foi um “bom vivant”, um playboy desqualificado, uma figura autoritária, representante do que de pior existe em termos reacionários daquele pobre Alagoas. Viveu como um autêntico “filhinho-de-papai”,herdeiro que é de uma das mais antigas e retrógradas oligarquias dessas antigas famílias de coronéis nordestinos. Como presidente foi um imenso desastre. Deposto e expulso do Planalto por corrupção, abusos de toda sorte. Hoje quer posar de vítima, de bom mocinho, que foi perseguido por uma conspiração, etc. Collor não passa de uma triste figura que deveria recolher-se à sua insignificância. Não deveria nem estar no Senado, principalmente pelo fato de não ter mudado sua postura, seu comportamento. O período em que ficou longe da política não lhe serviu de lição. Voltou e está unido ao que de pior existe em matéria de ética e moralidade pública, fazendo parte dessa famigerada “tropa de choque” de Sarney, Renan Calheiros e outras figuras deploráveis do PMDB e PT.
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